Em tempos difíceis, qualquer economia parece ser uma boa ideia, pois pode significar uma sobra para usar em outra coisa. E em tempos de combustíveis a preços recorde, reduzir o consumo de combustível soa como boa música.
Neste cenário costumam aparecer os “economizadores de combustível”, equipamentos milagrosos que se instalam nos carros para consumir menos. É incrível como muita gente acaba sendo seduzida por tais promessas, visto que, via de regra, tais dispositivos são reprovados em testes realizados por profissionais especializados. A economia costuma ser zero, isso quando não são prejudiciais ao carro.
Antes de passar à nossa dica definitiva, é importante lembrar que existem maneiras clássicas de economizar combustível que, embora não sejam milagrosas, têm efeito comprovado. E elas podem ser classificadas em dois grupos principais. Provavelmente você vai se surpreender com o que temos a dizer sobre isso!
Mantendo o carro em dia
O primeiro, e mais conhecido, é o grupo dos motivos ligados à manutenção do carro. Os principais vilões do consumo são pneus descalibrados, suspensão e direção desalinhados, motor sem manutenção e combustível adulterado. Via de regra, seguir os conselhos abaixo podem lhe render uma economia de até 10% no consumo de combustível:
Confira a calibragem dos pneus a cada quinze dias, de preferência no início da manhã. Tenha em mente que cada carro usa uma calibragem específica, então confie mais no valor descrito no manual do seu carro que naquele sugerido pelo frentista do posto. E não esqueça de calibrar também o pneu reserva;
O balanceamento e alinhamento das rodas deve ser conferido a cada dez mil quilômetros ou sempre que houver um impacto mais forte com buracos ou até com a guia da calçada. Rodas desalinhadas podem desgastar os pneus rapidamente, além de aumentarem o consumo;
Quanto à manutenção, mais uma vez, é importante seguir o plano descrito no manual do seu carro. Atenção especial às velas e cabos, correias e óleo do motor, bem como ao sistema de arrefecimento;
A fiscalização dos combustíveis está cada vez mais efetiva, mas é recomendável ter um posto de confiança e abastecer nele sempre que possível, guardando as notas para eventual necessidade de comprovação.
Novos hábitos de direção
O segundo grupo de motivos está relacionado ao hábito de dirigir. E o mais extraordinário é que muitas vezes ele tem um efeito muito maior sobre o consumo que o grupo anterior. O que quero dizer é que não são raros os casos em que se consegue melhorar o consumo em mais de 20% com pequenas mudanças de hábito, ou seja, onde o seu carro faz 10 km/l, pode facilmente passar de 12. Sem mexer em nada no carro, só mudando um pouco a forma de dirigir.
A primeira dica é bem simples. Diz respeito ao uso do ar condicionado. É claro que se trata de um item de conforto e até de segurança, e não há muito que fazer nos dias mais quentes. Mas, como o ar condicionado rouba potência do motor, sempre que possível, especialmente na cidade e nos trajetos curtos, abra as janelas. É mais econômico e mais saudável. Na estrada, dê preferência ao sistema de ventilação interna do carro. Abrir as janelas aumenta o arrasto aerodinâmico a partir dos 80 km/h, prejudicando o consumo.
A dica de ouro para economizar combustível
Agora a dica principal. Você deve estar imaginando que tem a ver com dosar o uso do acelerador, aquele papo de que andar mais devagar economiza combustível. Isso também é verdade, mas não é o mais importante. A dica de ouro é, simplesmente: use o pedal de freio o mínimo possível. Como assim? O que o freio tem a ver com consumo se é o acelerador que envia combustível para o motor? A resposta é: quanto menos você freia, menos precisa acelerar.
Calma, não estamos dizendo que você deve se expor a risco de acidente por não frear, e nem que você precisa andar mais devagar. A explicação é um pouco mais complexa. Tem a ver com a física. Imagine-se pedalando uma bicicleta em meio a um trânsito de bicicletas, tendo que parar em semáforos, em cruzamentos, em engarrafamentos. Cada vez que precisar parar e pôr a bicicleta novamente em movimento vai exigir um novo esforço, certo? É fácil imaginar que logo você se cansaria.
Agora imagine que um carro de passeio pesa, em média, um pouco mais de uma tonelada. Você não vai empurrar o carro a cada semáforo, mas o motor vai. Fica fácil entender que a cada vez que você para, é preciso mais combustível para ganhar velocidade novamente. Então, quanto mais constante for a sua velocidade, menor o consumo. E com velocidade constante não é preciso usar o freio, certo? Então a dica de usar menos o freio vai condicioná-lo automaticamente a acelerar menos, ou a prever com mais antecedência as situações em que vai ser necessário reduzir ou parar, aí você vai soltar o acelerador mais cedo e deixar o carro perder velocidade por conta própria. Isso reduz significativamente o consumo. Quanto mais você praticar, maiores serão os benefícios. Com o tempo vira hábito e você passa a agir assim sem perceber.
Outra dica, especialmente para quem tem carro com câmbio manual, é passar as marchas mais cedo, tanto nas acelerações quanto nas reduções. Os câmbios automáticos modernos já agem assim. No primeiro caso porque o motor em baixas rotações consome menos que em altas. E no segundo, por dois motivos: você reduz o desgaste dos freios e também o consumo de combustível, pois o motor em desaceleração tem consumo zero, ao contrário do motor em ponto morto. Ou seja, sempre que o carro está em “freio motor”, a injeção de combustível é desativada.
E aí, o que achou? Faça o teste e nos conte como foi. Se você usa algum outro método para reduzir o consumo, compartilhe conosco!