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Estradas podem ser rápidas e seguras


Quem dirige há mais de dez ou 15 anos sabe o quanto aumentou o número de veículos nas ruas e estradas do Brasil. Sabendo que elas são praticamente as mesmas de 15 anos atrás, é fácil deduzir que os deslocamentos ficaram mais demorados e está muito mais difícil encontrar vagas para estacionar.

É claro que cresceu também o número de motoristas mal educados ou inexperientes, o que torna as coisas ainda mais duras. Some as condições precárias das nossas vias e o péssimo estado de conservação de alguns veículos, e temos a receita para um trânsito caótico e perigoso.

Mas não é assim em todo lugar. Hoje vamos conhecer alguns aspectos do trânsito na Alemanha, país famoso pelas rodovias sem limites de velocidade, as Autobahnen (plural de Autobahn, ou autopista em bom português). São estradas federais, equivalentes às nossas BRs, que abrangem todo o território alemão, numa extensão total de aproximadamente 13 mil quilômetros. O que é bastante, considerando que o país equivale, em área, ao estado do Mato Grosso do Sul.

As Autobahnen têm de duas a quatro pistas em cada sentido, e são projetadas de modo a permitir percorrer longas distâncias a altas velocidades. Isso significa predominância de retas, com curvas longas e abertas, além de túneis e viadutos para cortar morros e vales, minimizando as subidas e descidas. Seu pavimento é de alta aderência e resistência, e a sinalização é abundante, muitas vezes eletrônica. Há telefones de emergência a cada 2 km, câmeras de vigilância e pedágio apenas para os veículos pesados.

Para trafegar numa Autobahn é preciso seguir algumas regras. Veículos agrícolas e motos de baixa cilindrada são proibidos. Os pesados não podem usar as pistas rápidas. A pista mais à esquerda é destinada somente a ultrapassagens. Ultrapassar pela direita é infração grave. Forçar ultrapassagem também não pode, deve-se pedir passagem de longe, com uma piscada de farol. Se alguém estiver lento na esquerda e outro ficar colado forçando passagem, ambos serão parados e advertidos pela polícia. Em caso de engarrafamentos, os motoristas devem deixar uma pista livre para veículos de emergência.

Numa Autobahn não é permitido parar no acostamento, salvo em emergências. E não há comércios nem residências na beira da estrada. O que existe são áreas de serviços ou de descanso, em média a cada 50 km. Nestes locais há postos de combustíveis, restaurantes, espaços para piquenique, oficinas mecânicas e às vezes hotéis. Com poucas possibilidades de paradas, a tendência é que o trânsito tenha mais fluidez.

Quanto à velocidade ilimitada, é válida para carros e motos, e somente nos trechos afastados das áreas urbanas, trevos e postos de serviços. Ou seja, onde não há veículos entrando e saindo da rodovia. Nestes trechos, veículos pesados e lentos continuam restritos à faixa da direita e somente na faixa da esquerda se pode ‘voar’.

E os acidentes? Acontecem, mas a frequência é menor do que se poderia esperar. As condições da estrada, a fiscalização rigorosa e a conduta dos motoristas contribuem. Mas há outro fator importante: na Alemanha todos os carros passam por vistoria a cada 2 anos. E lá não existe jeitinho, se o carro não passar, não pode circular. Assim, dificilmente você verá um carro com pneus carecas, luzes queimadas, motor fumando ou com pedaços caindo pelo caminho. O índice de mortalidade nessas estradas é inferior aos do trânsito urbano e até mesmo do rural.

Parece a estrada dos sonhos, não? As diferenças entre o trânsito brasileiro e o alemão são tantas que não cabem num só artigo. Mas talvez a maior delas esteja na cabeça e na conduta dos motoristas. Enquanto os alemães dirigem conscientes dos seus direitos e deveres no trânsito, o brasileiro médio acredita ser o rei da estrada, e que tudo à sua volta serve apenas para atrapalhar o seu deslocamento. Fica evidente que a insistência das autoridades brasileiras em reduzir os limites de velocidade não é a solução para um trânsito mais seguro.

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